Palacete

imagem picada daqui


Uma descrição do edificio é feita num artigo do jornal "O Rio".

O Palacete da Quinta da Fonte da Prata constitui um belo exemplar da arquitectura revivalista, na medida em que procura imitar as casas solarengas do século XVIII, como diz a Construção Moderna, de 25 de Julho de 1915, p. 106 "(...) pode dizer-se que é uma residência do século XVIII edificada no século XX, mas que, parece ter, realmente a antiguidade que a sua arquitectura indica (...)".
Esta Casa edificada cerca de 1910, foi projecto do arquitecto Guilherme Eduardo Gomes que procurou construir uma casa de arquitectura requintada, conforme o modelo e o carácter português setecentista e de forma a evidenciar a abastança, o gosto e o estilo de vida do seu titular. É um pequeno mundo que contém as comodidades que a vida da época exigia. Assim, o andar térreo seria destinado a serviços indispensáveis, arrecadações e o primeiro andar, a parte nobre da casa, seria habitada pela família.
Mas a concepção da casa passa não só por exigências de conforto, como também de arte e deste modo vemos surgir paredes revestidas de azulejos, uma grande varanda que se abre para o exterior para permitir a contemplação da natureza, uma escadaria interior requintadamente trabalhada em madeira, a cantaria que envolve as janelas e portas ricamente decorada procurando imitar a ornamentação Manuelina; bem como o emprego do estuque em magnífica obra artística para os tectos de algumas das salas.
É uma construção que reflecte antes de mais a estrutura agrária que o Município da Moita conheceu no século XX, uma grande propriedade altamente rentabilizada e conhecida por uma classe de latifundiários já bastante esclarecidos.
Dado a sua situação de eminente ruina, a Câmara Municipal cedeu este espaço com o intuito de ser recuperado na sua traça arquitectónica original.
Presentemente está a funcionar como uma Instituição Particular de Solidariedade Social (Centro Fonte da Prata), com vista à recuperação de toxicodependentes.
Fonte: Jornal “O Rio” in Alhos Vedros - apresentação

Umas fotos de alguns anos atrás, feitas pelo Vitor:




Hoje, ao dar uma volta pela zona, a curiosidade foi mais forte que o aviso de "cuidado com o cão", até porque os cães ou quaisquer outros animais "irracionais" nunca me causaram medo e o cuidado...  aprendi que se deve ter, sim, mas com os "animais" racionais.

Ao entrar na propriedade, deparei com um belíssimo edifício, ou antes, o que resta dele a servir de imenso pombal que, a julgar pela vegetação e pelos detritos estará nestas condições faz algum tempo.

Edifício







Envolvente frontal ao edifício





A capela (ou o que dela resta)



 Na ala lateral à capela restam (ainda) os azulejos

O estado do interior do edifício, fez-me realmente muita pena; não só pelo vandalismo que já roubou a maior parte do espólio de azulejos, mas também pelo abandono a que o edifício foi votado.



 Parece que nem Ele conseguiu salvar o edifício, ou será que ainda vai a tempo?





 Um "décor" um bocado despropositado, mas....








faltam muitos azulejos (quase todos) mas tem dejecto de pombo qb

de difícil recuperação dado o adiantado da destruição


a recuperação ainda é possível

 Ops.... este canto ainda tem os azulejos.

Bom, concluo que realmente o edifício até pode ser uma "imitação" do século XVIII construída no século XX, pelo menos, os técnicos assim o dizem. Mas que é uma pena que esteja neste estado, não tenho dúvidas e acho que os técnicos também não.

Texto e fotos by A.Pires in 2011